sexta-feira, abril 27

A não padronização paisagística da propriedade rural

Antônio Roberto Mendes Pereira 

Já há algumas décadas as paisagens do campo vêm mudando drasticamente, a diversidade de cores, de aromas, de formas e formatos, vem sendo retirada para dar lugar à paisagem quase que desértica da monocultura. Tudo vai abrindo e saindo para que a paisagem com pouca diferença de vida possa se instalar. A beleza da mistura é trocada pela pouca ou quase nenhuma beleza da monotonia de ser o único, a mesma coisa, a mesmice, a mesma forma, e o mesmo aroma. 




Todo este cenário que vai se instalando vai de encontro à complexidade da natureza, de sempre querer misturar juntando e colocando vida diversa no menor espaço possível e imaginário. É incrível como esta paisagem monolítica, provoca o mono em todos as áreas que compõe este espaço, tudo se torna mono, quem produz, a forma de produzir, utiliza-se os mesmos produtos, o produto para vender será o mesmo, o beneficiamento caminha na mesma direção, a remuneração das pessoas passam a ser a mesma, para quem deste espaço sobrevive, as pragas e doenças também são as mesmas, a maquinária também é a mesma, as dificuldades que aparecem também são as mesmas, enfim tudo caminha para a mesma coisa para tudo e para todos. 

Para o sistema capitalista esta é a forma correta e mais fácil para ganhar dinheiro. Não se tem que quebrar muito a cabeça para gerir muitas áreas com pouca diversidade. Os especialistas surgem com muita facilidade e os generalistas tendem a desaparecer. São ridicularizados, pois sabem pouco de muita coisa, enquanto o especialista sabe muito de quase nada, mas para aquele contexto ele se torna o rei do conhecer mais e mais da mesma coisa. Vai se afastando da paisagem do todo para o detalhe de um componente desse todo. 

Este texto pretende alertar e provocar uma nova forma de ver e de construir espaços onde a paisagem e o modo de viver voltem a gerar mais vida. Não podemos esquecer que a monocultura a exemplo da cana de açúcar no nordeste do Brasil é autofágica, vai devorando tudo em torno de si, engolindo terras e mais terras, consumindo o humo do solo, aniquilando as pequenas culturas indefesas e o próprio capital humano, do qual sua cultura tira toda a vida. Nas palavras de Josué de Castro no seu livro “Geografia da fome” ele coloca os males que esta paisagem única causou em regiões inteira. 

O revestimento vivo e intenso da zona da mata, nome dado a uma região do nordeste do Brasil, pela quantidade de mata que existia, foi completamente substituído por outra paisagem inteiramente diferente. As idéias e a mãos do colonizador conseguiu deteriorar a vida do solo, das águas, da vegetação e do clima. Tudo foi retirado para dar lugar a única paisagem, da cana de açúcar. Todo este processo mexeu não só na paisagem mais na vida das pessoas que nesta área habitam. 

Tudo que é diverso pode mais, alimenta mais, cabe mais, é mais estético, é mais rico e equilibra mais, enfim é mais sustentável para tudo e para todos. A natureza busca diversidade em todos os elementos, conseguindo até no mesmo elemento dotá-lo de várias diversidades inclusive de cores e formas. 


Da mesma forma que encontramos na natureza animais e insetos diversos e coloridos também nas plantas, este mesmo poder e dom da natureza é expressa de forma muito contundente. É como se a natureza tivesse nos dizendo “Olha e vê que a diversidade, que a mistura deve estar presente em todos os seres e espaços. A mistura é um dos segredos para a sustentabilidade do ambiente cultivado ou não”. 


Mas, infelizmente estamos fadados se não houver mudanças, a viver olhando uma paisagem de pouca mobilidade dos componentes que a compõe. 

A homogeneização das dietas é provocada pela instauração dos processos produtivos baseados na escolha de um único cultivo. Estas transformações abarcam todas as famílias que habitam nesta área, consolidando uma racionalidade única de viver e de se organizar. Os males provocados por esta cultura é cada vez mais percebido, provocando a busca de formas para seu reparo e reestruturação. 

EVITANDO A PADRONIZAÇÃO DA PROPRIEDADE 

Para evitarmos a padronização é necessário investir em uma série de mudanças de atitudes produtivas nas propriedades, e a principal delas é a aplicação do ZONEAMENTO. 


Pois, cada zona tem características próprias e exige uma diversidade de elementos e de atividades diferenciadas. Como exemplo, a zona 01, que é o entorno da casa deve estar direcionado para ser uma das zonas de segurança alimentar, produzindo alimento diversificado para toda a família. Desde a hortaliça até os tubérculos, todos estes alimentos devem ser produzidos desde que faça parte da dieta cotidiana da família. Com esta providência muda-se a paisagem, quebrando a visão única e monolítica deste espaço, além de provocar a diversificação de algumas atividades, como por exemplo: na alimentação, na longevidade diferenciada dos cultivos, no uso diário da mão de obra familiar, sai de uma colheita safrista para uma colheita quase que permanente. 

É bom frisar que a organização e arrumação atual dos espaços internos de uma propriedade estão perdendo quase toda a lógica de integração entre os espaços e entre os elementos que o compõe. Percebe-se claramente que o isolamento e a desconexão são exigências de proteção divulgada na mídia cientifica. Onde um discurso técnico defende a seguinte lógica: se os elementos vivos da mesma espécie e de idade diferentes estão muito próximos aumenta a probabilidade de contagio por doenças que podem comprometer os resultados econômicos desta atividade. Em muitas propriedades pode até ter uma grande diversidade de elementos e espaços, porém estes foram desenhados, projetados e montados de uma forma onde a conexão não acontece. Com esta arrumação projetada o gasto de energia para manter estes espaços produtivos e em funcionamento é consideravelmente grande, aumentando também com isto os custos de produção de algumas atividades. 

Como frisado anteriormente percebe-se que estes elementos não estão conectados nem fisicamente, nem energeticamente e muito menos residualmente. São espaços distintos e de isolamento às vezes completo, alguns até localizados distantes um do outro, são subsistemas de um sistema que não é sistema de forma alguma. Pois o conceito de sistema a integração, a combinação e a conexão são as características primordiais. 

Anteriormente a escolha das áreas para o plantio vinha acompanhada de conhecimentos bastante interessantes. Era preciso, pois, que o trabalho braçal fosse precedido pela aplicação deste saber intelectual o que não significa que as etapas posteriores sejam meramente braçais. Pelo contrário, são todas informadas por um saber acumulado e em constante processo de atualização. 

A leitura do ambiente era a primeira tarefa de um bom agricultor. Sabia-se que uma terra era forte pelo tipo de vegetação original, mais alta e com troncos mais grossos, e pelas espécies vegetais nela presentes. Numa frase de um produtor “Tem lugar que é mais forte que outros, onde tem madeira boa, como Inajá, cajá, jatobá, a terra é boa.” Sabe-se também que ela é forte pelo tempo demandado para que, pelo “descanso”, se constitua uma capoeira grossa, ou se reconstitua mato. Para muitos sitiantes era motivo de orgulho poder deixar a terra descansar. O reflorestar naturalmente era necessário para que se pudesse reiniciar um novo ciclo na geração seguinte. Existia uma relação de uso da natureza como uma troca respeitosa. 

Anteriormente, o sitio era visto como um sistema de espaços articulados entre si. Ele era pensado pelos agricultores como um todo cujas partes se interligam. Esse sistema não era algo dado, mas um complexo construído ao longo da vivencia de uma família. 

Com a gradativa redução da área dos sítios, o mato e a capoeira tornam-se um recurso crescentemente escasso, dificultando não só a criação como também a organização e distribuição espacial da área. 

A Permacultura tenta resgatar toda esta lógica e conhecimentos anteriormente utilizados, porém agora com a contribuição de outras áreas do conhecimento. A um alargamento destes saberes e conhecimentos. A lógica do uso dos espaços é percebida pelo uso de energias gastas para manter aquele elemento produtivo gastando-se menos energia. Logo a localização dos subsistemas de uma propriedade é mediada pela utilidade de uso e de visitas que aquele espaço e elemento são visitados durante um dia, semana, mês, etc. 


O Zoneamento é a estratégia tecnológica de design utilizada pela Permacultura para facilitar, diminuir, diversificar, combinar, conectar e respeitar o meio ambiente. O aumento das conexões torna-se a principal base da organização e da arrumação dos espaços dentro da propriedade. 

Logo ZONEAR é saber utilizar os espaços de forma energeticamente correta, e ambientalmente equilibrada. 

O planejamento por zonas trata do posicionamento dos elementos ou componentes de acordo com quantidade ou a freqüência que usamos ou necessitamos visitá-los. Logo este zoneamento é decidido pela quantidade de vezes que eu vou ter que visitar este elemento durante o dia. 

ZONA 0 – É o espaço onde vivemos. E a Permacultura não trata apenas dos elementos vivos, ela também esta preocupada como vivemos, onde moramos, onde dormimos e também o que comemos? Não podemos esquecer que boa parte do tempo, passamos em casa e na maioria das vezes tomando decisões sobre o restante da propriedade. Na permacultura este espaço é conhecido também como CENTRO DE ATIVIDADES, pois muitas decisões como: O que fazer, onde fazer, em que momento fazer, o tamanho a diversidade, etc. são tomadas neste espaço. 


Quando formos desenhar nossas casas devemos considerar que as funções naturais que sustentam a vida num determinado lugar, não só devem preservar, mas melhorar sempre que possível. Normalmente esta projeção das casas não considera estas relações com o entorno que a sustenta. Uma casa precisa estar integrada e sustentada pela (agro) e ecologia local. A permacultura contribui para uma construção de um nicho ecológico concreto onde tudo deve estar ligado a tudo. 

A permacultura tenta projetar casas novas ou retro ajustar as que já existem criando design mais adequado para que ele consiga trazer bem estar para todos que nela residem sem causar tantos impactos ambientais. A preocupação em criar espaços confortáveis, seguros, ventilados, bem iluminada, reduzindo as necessidades da casa e diminuindo a produção de poluentes ou até criando estratégias de reuso para alguns produtos que vão ser descartados. A nossa casa não pode ser um espaço de produção de poluentes permanentes, mas na sua maioria hoje são. Produzem grande quantidade de lixo, de efluentes que não passam por nenhum tratamento antes de ser lançados no ambiente, e no caso do sitio este ambiente é a propriedade onde se planta os alimentos para a família e para outras famílias (mercado). 

A zona 0 deve ter espaços e elementos que possam atender a diversas funções simultaneamente. Este faz parte de um dos princípios: cada elemento deve exercer no mínimo duas funções no sistema. E que cada função importante deve ser atendida por mais de um elemento. Logo a multifuncionalidade dos elementos e dos espaços precisam ser pensadas com carinho e cautela. 

ZONA MENOS UM – É a zona interna, dentro de nós. É onde a verdadeira mudança efetivamente começa, e toma forma. É onde o intangível é aguçado, provocando a repensar o que fazemos, é a provocação interna para a ecologização de todos os espaços e atitudes. Sem esta a zona menos um, não há nada concreto, há apenas ação sem reflexão. Esta recém zona refere-se ao campo interior que precisa mudar para que as mudanças tangíveis possam acontecer. Esta zona é proposta de Karoline Fendel - http://zonamenosum.wordpress.com


ZONA 01 – É a área ao redor do centro de atividades, controlada e usada com intensidade. Hoje este espaço de segurança alimentar está ausente nas propriedades rurais. A atenção está direcionada para a produção, para o mercado. As propriedades perderam e estão perdendo cada vez mais a sua diversidade em produção de alimentos para dar espaço ao cultivo comercial (monocultivos). E cada vez mais as famílias perdem esta segurança alimentar, que para se nutrir têm que comprar quase todos os alimentos, inclusive os básicos, como os cereais, tubérculos, frutas e hortaliças entre outros. 

Encontramos ao redor da casa áreas sem nenhum cultivo. Áreas que dão trabalho para manter limpa. Além do desperdício de águas servidas que poderiam está sendo utilizadas para produzir algumas fruteiras ou outras plantas. 

Com a implantação da ZONA 01 diminui-se o risco de não ter o que comer. Pois caso aconteça da produção comercial sofrer qualquer problema produtivo ou fenomenológico, reduzindo ou até perdendo toda a produção ou lucratividade, a ZONA 01 estará presente garantindo a segurança alimentar da família. 

Muitas propostas ou projetos de ajudar os pequenos agricultores, sempre estão centrados e direcionados para propor intervenções na área de sustentabilidade da família (roçado ou plantios comerciais), colocando a mesma em riscos. Estamos apresentando uma nova forma de pensar e planejar. O planejar uma área que quase sempre não é nem tem muito uso produtivo, (o entorno da casa o terreiro como é conhecido). 


                                                   Casa com o terreiro sem aproveitamento 

Muito se fala em melhorar a geração de renda das famílias. E a base desta melhora é a venda de produtos. Estamos propondo que esta geração, inicie-se pela não compra e sim pela produção da base da alimentação familiar. Quando não gasto, sobra para outras atividades. A ZONA 01 é esta base, esta área, esta lógica. A intenção desta área é produzir para o consumo familiar. O não ter muito de um elemento, e ter somente o necessário sobra espaço para que a diversificação aumente, melhorando a alimentação da família. Quando se planta muito de um único elemento gastasse do outro:

Espaço 
Água 
Adubo 
Tempo 

Calcule a necessidade real de subsistência do cardápio alimentar da família. Anote sua diversidade alimentar de consumo e planeje a necessidade da área para o plantio destes produtos. 

A riqueza produtiva deve começar do entorno da casa para alcançar outras áreas ou zonas. A riqueza do solo, de água, de mão de obra, de diversidade, deve estar pensada e planejada de maneira que todos os elementos tenham todas as seguranças atendidas. 

A intenção da zona 01 é se tornar: 

   O quintal ou o terreiro produtivo; 
· O sacolão da família; 
· O supermercado e as gôndolas no entorno da casa; 
· Área de segurança alimentar. 

Na zona 01 o pensamento deve ser este: 

“TUDO SE PLANTA NADA SE VENDE TUDO SE CONSOME” 
“Roberto Mendes” 

ZONA 02 – Deve ser a continuação da zona 01 em produção de alimento para casa, é conhecida como o sacolão da família em frutas e em carne dos pequenos animais, é o pomar altamente diversificado. É conhecida também como FLORESTA DE ALIMENTOS. A permacultura nos conduz a construir uma grande floresta de alimentos sustentável. Onde as espécies que vão compor este espaço precisam viver em consórcios, uma espécie irá ajudar a outra de alguma forma: em proteção do excesso de luz, em nutrientes, em espaço, escorando alguma que necessite de apoio, etc. 

Os pequenos e médios animais podem compor este espaço aumentando a diversidade do mesmo, como também realizando tarefas que vão ajudar no aumento da produção da área. Onde localizar a floresta de alimento (Pomar)? 

A lógica a ser seguida é a mesma que foi utilizada para a ZONA 01. Ou seja, precisa considerar o gasto com energia para manter produtivo este espaço, levando em conta quantas vezes precisará visitar este espaço por dia para mantê-lo e para colher frutas. Outro fator que precisamos levar em conta é o consumo de água para manter o pomar. Lembre-se a necessidade de USO me orienta onde devo localizar esta ZONA. 

ZONA 03 – Este espaço é reservado para a produção comercial. É pensada para o plantio em larga escala de produção. É o roçado pensado para atender as demandas dos consumidores. Toda a produção é planejada para atender não mais as necessidades de alimento da família, mas a necessidade de recursos econômicos para suprir algumas demandas que não puderam ainda ser supridas pela produção interna da propriedade. As finanças da família são atendidas por esta Zona. 

Tem que existir um ajuste perfeito entre o que se sabe plantar, o que a terra pode oferecer e o que o mercado necessita. Se este ajuste não acontecer pode-se ter problemas na operacionalização e principalmente na hora da comercialização dos produtos. Não adianta produzir produtos perfeitos, bonitos se o mercado não quer comprar. 

A comercialização dos produtos deve ocorrer o mais próximo da propriedade possível. Com isto diminuem-se os gastos com translado dos produtos em grandes distancias com combustíveis e outras despesas. 
Imagem ao lado ponto comercial da propriedade rural nas margens da estrada. A comercialização nesta lógica ajuda na diminuição das despesas de manutenção e de pessoal para realizar as vendas. 

O design desta zona não segue o formato do plantio utilizado na Zona 01 e 02 da intensividade e da desarrumação arrumada, isto é da mistura de plantas em todos os espaços. Esta Zona exige outra lógica. Pois as colheitas são maiores e vão exigir mais facilidade para a colheita e para o controle de planejamento de plantio. Nesta Zona podemos plantar em linhas ou franjas de cultivos ou aléias, isto é plantio de cultivos em uma espécie de avenida de cultivos diversificados. Sempre seguindo a arrumação em linhas ordenadas de culturas. Podem-se ter várias linhas seguidas da mesma cultura. Observe imagem ao lado e perceba que a lógica do plantio segue a idéia de plantio em avenidas ou aléias. E na mesma avenida notam as linhas de cultivos diversificadas, porém existem várias linhas seguidas da mesma cultura. Facilitando no manejo da mesma, como também facilitando a colheita e os controles necessários para manter o planejamento e a área produtiva. 

ZONA 04 – É o espaço da produção do futuro. É a poupança e aposentadoria da família plantada com este objetivo. Muitas propriedades só têm um planejamento de curto prazo. Parece até que estamos sempre pensando unicamente no presente muito próximo. A proposta deste espaço é montar uma floresta estrutural, onde todos os elementos que vão fazer parte possam ser pensados com projeção futura. As árvores são sinais de esperança numa propriedade rural. 

Pensar em longo prazo de forma sustentável ou permanente é a uma das grandes intenções da permacultura. Precisamos ter uma área na propriedade que fique adulta acompanhando também o amadurecimento dos seus proprietários, pois nem todo tempo somos jovens e muito menos teremos o mesmo vigor físico de poder atender a todas as necessidades dos cultivos de curta duração. A incerteza faz parte do novo, do inovador. E a natureza a todo o momento busca se atualizar, criar um novo equilíbrio com os elementos que estão presentes no momento atual. Mas para ter o novo é preciso amadurecer o jovem para que ele chegue à maturidade e possa gerar filhos. Todo sistema vivo tende a ter momentos de amadurecimento faz parte dos ecossistemas naturais. Mas a maioria dos sistemas de produção utilizados por muitos produtores não permitem este momento. Sempre provocam o novo a partir do novo, da entrada do novo de fora, e muito pouco do novo filho do amadurecimento do nativo. A Zona 04 permite este tempo de amadurecimento dos elementos que vão compor este espaço. 

Muitas outras necessidades além dos alimentos são necessárias. Numa propriedade precisa também de: 

· Remédios 
· Essências 
· Veneno 
· Lenha
· Madeira 
· Postes 
· Moveis 
· Papel 
· Cestas 
· Barcos 
· Corantes 
· Tinturas 
· Óleos 
· Bebidas 
· Castanhas 
· Flores 
· Sementes 
· Cascas 
· Fibras 
· Raízes 

E muitos dessas necessidades podem ser atendidas por elementos implantados na Zona 04. Estes elementos no futuro vão poder compor a renda financeira da propriedade de forma mais duradoura desde que bem planejada a sua implantação. 

A estrutura de um sistema Permacultural deve ser dominado por árvores. Muito embora a permacultura possa dirigir-se naturalmente para um clímax, este não deve ser visto como o produto total ou propósito de seu desenvolvimento As grandes árvores podem ser instrumentos na modificação de microclimas. 

Este espaço também pode ser pensado para nos primeiros momentos da implantação ser um sistema agrossilvopastoril, onde pasto, árvores e animais possam compor este mesmo espaço. 

Na imagem ao lado percebe-se um sistema na Zona 04 onde arvores em crescimento, pasto e gado convivem harmonicamente. O que se deve estar atento é para identificar em que momento estes animais vão compor este espaço sem danificar o crescimento das arvores. Outro fator que também precisa ser dimensionado é a quantidade de animais por área que o sistema tolera, sem ser prejudicado ambientalmente e produtivamente. Os animais de pastagem só são trazidos para a floresta depois de 03 a 06 anos (dependendo das taxas de crescimento, das espécies e do clima). 

ZONA 05 – É a Zona que considero como sendo o sistema educacional da propriedade, é a área de aprendizagem permanente. Ela é a mestra que nos mostra como fazer, tira nossas dúvidas, exemplifica mostrando, acontecendo ao vivo e a cores. É considerada também como área de observação e contemplação. 

A partir dela consigo entender conexão, tipos de consórcios, altura máxima das arvores daquela região adaptada ao tipo de solo, a umidade presente e permanente. Ela dá o norte dos cultivos das outras Zonas. 

É o santuário da propriedade onde abriga e protege a fauna e a flora nativa daquela região. Preserva o material genético de muitas plantas e animais. Além de ser a maior sequestradora de carbono de toda a propriedade. 




O zoneamento nos permite planejar a propriedade de forma a não padronização paisagística dos espaços e dos elementos vivos. Ela nos encaminha a planejar a propriedade a se tornar um agroecossistema, onde todos os componentes estão interligados e combinados de forma que o todo é seja mais que a soma de suas partes. 

25 de abril de 2012

Um comentário:

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