sexta-feira, janeiro 24

Propostas estratégicas para a transferência e manutenção da fertilidade nas pequenas e médias propriedades rurais

Antônio Roberto Mendes Pereira

Um dos maiores desafios das propriedades que utiliza sistema agroecológico de produção é a manutenção da fertilidade de toda a área utilizada para a produção. Muitos desses imóveis para manterem esta fertilidade terminam por utilizar insumos vindos de fora e na sua maioria comprados além de em muitos casos serem químicos (inorgânicos). As perdas de fertilidade e o empobrecimento desses solos acontecem através de várias formas, entre elas, através da venda das colheitas, que terminam por exportar vários kg de nutrientes através da retirada dos mesmos do solo. Compensar estas saídas se faz necessário para a manutenção da fertilidade.


Este texto pretende elencar algumas estratégias que podem ser utilizadas para manter esta fertilidade de forma equilibrada, utilizando na sua maioria os recursos internos e locais das propriedades. As estratégias que ora vão ser apresentadas estão mais adequadas para os médios e pequenos imóveis rurais.

As perdas de fertilidade como frisado anteriormente acontecem através de várias maneiras:

· Exportação dos nutrientes através das vendas das colheitas;
· Erosão ocorrida nas camadas superficiais do solo;
· Através da queimada da biomassa que recobre o solo;
· Lixiviação dos nutrientes para camadas mais profundas tornando estes nutrientes inalcançáveis para a maioria das raízes das plantas;

Todas estas formas frisadas contribuem em maior ou em menor intensidade dependendo do manejo utilizado

LEVANTAMENTOS QUE PRECISÃO SER OBSERVADOS

Para que possamos iniciar o planejamento do equilíbrio da fertilidade da área, é preciso identificar os possíveis espaços e atividades internas na propriedade que irão ser os produtores e mantenedores de fertilidade para as demais áreas através de rodízio. Estes espaços serão os produtores e fornecedores de matéria prima para a adubação de forma cíclica em toda propriedade, ora doando insumos, ora recebendo.

A estratégia proposta para estas áreas é que da mesma forma que cultivamos plantas de biomassa alimentícias que atendem o nosso consumo diário, vamos agora cultivar plantas para a produção de biomassa capaz de ser utilizada como adubo ou como base produtiva de adubo. Vamos fazer com que parte dos compostos do carbono da fotossíntese que desempenham papéis no crescimento e respiração das plantas, seja direcionada para alimentar outros sistemas de produção internos na propriedade.

O ESTÁBULO – Este é um espaço por demais importante e necessário em todas propriedades, dependendo da espécie e quantidade de animais nele alojado podemos disponibilizar de uma boa quantidade de esterco, para a adubação de muitas zonas da propriedade. Para se ter idéia da dimensão potencial produtivo do esterco, uma vaca consegue produzir mais ou menos 9,0 toneladas de esterco por ano. Quantidade esta que dá quase para fertilizar 1,0 hectare de roçado. A orientação passada pelos órgãos de assistência do governo aqui em Pernambuco recomendada é de 10 a 20 toneladas de esterco por hectare. Logo é importante saber aproveitar ao máximo este potencial sabendo recolher e acomodar bem todo este material, facilitando sua fermentação e armazenamento, para uso posterior nas épocas de cultivo. Se quisermos facilitar a distribuição na área que se vai utilizar, poderemos diluir este esterco em água e até enriquecê-lo.

É bom também estar alerta para a urina produzida por estes animais, são ótimos fertilizantes podendo também ser utilizados no planejamento de fertilização das áreas. Este material poderá ser utilizado como adubação de cobertura, isto é adubação de complementação.


Não se pode desperdiçar nenhum tipo de esterco animal, todos eles tem qualidades fertilizantes para os solos independemente da espécie animal que o produziu. Logo, o galinheiro, o aprisco, a pocilga e o coelhário entre outros espaços de criação animal são espaços potenciais de produção desta grande matéria prima para a adubação. 

Nas imagens abaixo podemos ver o potencial produtivo de duas espécies de animais na produção de esterco de ótima fonte de minerais de grande uso na fertilização de solos para permanecerem produtivos.


CAPINEIRA – Outro espaço fundamental para se ter em uma propriedade que pretende ter sua independência de insumos para a transferência de fertilidade. Esta área pode ajudar de várias maneiras. Uma delas é através da serventia como base na alimentação dos animais ruminantes que servirá de base principal para a produção de esterco. Os animais após terem sua alimentação garantida nos devolvem parte deste alimento transformado em esterco que deverá entrar no ciclo da transferência. Logo precisamos contar com esta zona produtora de fertilizantes em potencial. 

Outra maneira que este material pode servir como adubação é através do corte do mesmo para ser utilizado como material de cobertura morta nas áreas de cultivo. Esta cobertura terá um prazo de eficiência de cobertura, mas logo em seguida quando decomposta vai devolver para o solo os nutrientes que fazem parte da sua composição material. 

Outra serventia para este material é para ser utilizado como fonte de carbono e nitrogênio na compostagem, podendo em seguida ser utilizado como fertilizantes nos cultivos. É bom salientar que a capineira que produziu este insumo para fertilizar outras áreas em um determinado momento do planejamento deverá também receber fertilizantes transferido de outra área.


AÇÚDE OU OUTRAS MASSAS DE ÁGUA DOCE – As massas de água podem ser uma excelente fonte de produção de nutrientes através da biomassa produzida por este espaço. As plantas aquáticas têm uma extraordinária capacidade de absorver nutrientes que estão dissolvidos na água transformando em grandes quantidades de biomassa. Esta biomassa pode e deve ser utilizada de várias formas como base para a fertilização de outras áreas através da transferência deste material para as zonas que foram planejadas para receberem estes insumos orgânicos. 

Desde os fitoplanctons, passando pela azola até os aguapés podem ser utilizados como fonte de nutrientes para a fertilização de áreas de cultivo. Por exemplo, a AZOLA consegue ter uma ação simbiótica com as Cinobactérias (Anabaena SP) permitindo-lhe fixar azoto atmosférico podendo este material posteriormente ser utilizado como fertilizante em outras áreas. Os aguapés além de ser ótimos filtros de impurezas transformando estas impurezas em biomassa podem ser utilizados também como fonte de matéria prima para compostagem, cobertura morta podendo também servir de alimentação para algumas espécies animal, por exemplo, as aves e suínos. 

Adubo VERDE – o AGUAPÉ, pré-triturado ou não, pode ser distribuído diretamente no Solo Agrícola, visando Incorporação de Matéria Orgânica e Mineral. Uma ADUBAÇÃO de boa qualidade e extremamente barata e de fácil produção, não necessitando de mão de obra para sua produção exigindo apenas para na sua manipulação. O aguapé também pode ser utilizado como material para biodigestores na geração de gás contribuindo também para a produção de biofertilizante.

Os fitoplanctons podem ser utilizados como hidrofertilizantes através de uma boa fertirrigação. O uso deste material é de fácil manipulação, facilitando sua aplicação nos agroecossistemas. Por serem líquidos facilita também a distribuição nas áreas.



PLANTAS CADUCIFÓLIAS – São plantas que em um determinado período do ano ou estação perdem suas folhas, como estratégia para diminuir a respiração. Dependendo da espécie esta caída de folhas é em grande quantidade, podendo ser utilizada para a adubação através do uso da cobertura morta em outras áreas. Mas lembre-se a estratégia não é cobrir um santo e descobrir outro, em outro momento esta área também receberá sua adubação dependendo apenas do esquema do planejamento de fertilização das áreas.


BIODIGESTOR – Dependendo do tamanho do mesmo poderá se ter uma grande quantidade diária de biofertilizante, que após ser diluído pode servir de adubação foliar ou até mesmo de solo nas áreas previstas no planejamento. Para se manter uma massa permanente de adubo liquido sendo ofertado diariamente se faz necessário a transferência e uso de matéria orgânica vinda de outras áreas e fontes.


A diluição deste material vai depender da riqueza do material que serviu de base para a alimentação do biodigestor, mas normalmente 1 litro de biofertilizante poderá ser diluído de 5 a 10 litros de água.

Mesmo que não se tenha um biodigestor pode-se preparar biofertilizantes riquíssimos dependendo dos materiais orgânicos disponíveis na propriedade. Existem várias fórmulas de preparo disponíveis na internet.

MATA OU FLORESTA – É outra grande área e fonte produtora de biomassa ou até mesmo de adubo já pronto para uso. A camada orgânica que se forma em cima do solo, é um excelente adubo para qualquer tipo de cultivo, especialmente para hortaliças. Poderá também ser utilizada parte desta manta vegetal já decomposta para fertilizar pequenas áreas de cultivo. Muitas das grandes árvores deste espaço servem como bomba de sucção de nutrientes que estão nas camadas mais profundas do solo, trazendo os mesmos para a camada superficial. 

Neste sistema natural existe uma diversidade de espécies de plantas e animais que enriquece produz e enriquece este material transformando toda esta camada em um riquíssimo adubo. Esta área por não ser utilizada como área de cultivo poderá continuar produzindo matéria prima para manter o seu sistema, transformando carbono e oxigênio em biomassa através da fotossíntese. É bom salientar que 95% do peso médio da massa verde das plantas são constituídos pelo carbono e oxigênio que estão presente em grande quantidade do ar.


RESÍDUOS DA CASA – A casa é a zona 0, como é conhecida na Permacultura. Este espaço é responsável pela produção de muito resíduos que podem e devem ser reutilizados para a manutenção do sistema. Muitos destes resíduos são verdadeiras riquezas quando se observa seu poder fertilizante. As águas cinza, negras, urina, o lixo orgânico são todos resíduos que podem ser utilizados como fonte de nutriente para as adubações de determinadas áreas do entorno da casa como jardins, hortas e até fruteiras. 

Para que estes resíduos possam ser utilizados alguns vão precisar de tratamentos para tornarem-se aptos para ser utilizados. A quantidade na sua maioria é pouca, mas é de produção contínua, diária, que no final quando somados irão dá um belo retorno de matéria orgânica para os solos.


Cada ser humano em média produz anualmente 40 a 50 kg de esterco e mais ou menos 450 litros de urina, resíduo riquíssimo que precisa ser coletado para ter uma melhor serventia na manutenção do agroecossistema.


QUEIMA DE MADEIRA – Durante a queima da madeira acontece a mineralização dos minerais contidos nesta biomassa que imediatamente vão está disponibilizados através nas cinzas. Utilizando-se as cinzas como fonte de nutrientes em adubação é preciso está alerta para um detalhe, as plantas precisam absorver rapidamente estes nutrientes, pois caso contrário, serão removidos pela lixiviação ou passarão a ser utilizados por plantas silvestres invasoras da área de cultivo. A perda de nitrogênio e enxofre por volatilização durante a queima é mais do que compensada por um ganho de todos os outros nutrientes e por um aumento de sua disponibilidade para as plantas. As cinzas contêm até 2,6% de potássio, e quantidades apreciáveis de fósforo, cálcio, magnésio e outros elementos minerais. 

Como as cinzas podem chegar a 0,4 – 0,67 kg/m², elas têm um potencial significativo como aporte de nutrientes aos agroecossistemas (Ewel e colaboradores, 1981; Seubert e colaboradores, 1977). Naturalmente, sendo tão solúveis, esses nutrientes podem facilmente ser levados para fora do sistema, de maneira que uma cobertura eficaz de plantas e o bom desenvolvimento de raízes devem acompanhar a adição de cinzas. A época de aplicação é muito importante. Deve haver raízes ativas no solo para absorver rapidamente os nutrientes altamente solúveis. São necessárias pesquisas que determinem que sistemas de cultivo ou combinações que podem melhor tirar vantagens dos nutrientes liberados pelo uso do fogo.


"O fogo é um bom criado, mas um mau patrão". Este ancestral provérbio finlandês exprime bem a dualidade da relação do Homem com o fogo – uma útil ferramenta ou um agente de catástrofe? Aprender manejar esta ferramenta utilizada por muitos de forma errada é um dos segredos para se dá um ótimo manejo aos agroecossistemas.

ÁREAS DE POUSIOS – Durante o uso do solo para os cultivos acontece perda da sua estrutura e da matéria orgânica, e o solo trabalhado começa a perder alguns elementos de produtividade. Por essa razão, a atenção ao cultivo do solo deve ser parte integral do seu manejo orgânico. Respeitar e atender a necessidade de um período de descanso para controlar a vegetação adventícia e permitir que os processos naturais de formação e recuperação de solo reponham os nutrientes removidos se faz necessário.

Esta técnica consiste em selecionar uma área na seqüência de cultura, onde esta área é simplesmente deixada sem cultivo, ou em pousio. A introdução de um período de pousio permite que o solo “descanse”, um processo que envolve sucessão e recuperação da diversidade. A agricultura de roçado é provavelmente o sistema de pousio mais bem conhecido.

Toda técnica que estimule a biodiversidade contribui diretamente na manutenção e no aumento da fertilidade dos solos.


A OPERACIONALIZAÇÃO DA ESTRATÉGIA DA TRANSFERÊNCIA DE FERTILIDADE 

Depois de identificado as possíveis áreas de insumos de matéria prima básicas de fertilidade, necessitam-se agora montar a estrutura da estratégia que vai ser utilizada na transferência destes insumos naturais/locais. 

1. Escolha por qual área irá iniciar o processo, isto é qual vai ser a área que irá receber os primeiros aportes de fertilidade oriunda de outra área produtora de insumo. Deve-se levar em consideração para as transferências a distância entre as áreas que irá doar e a que vai receber, para que não sejam muito distantes evitando gastos com energia demasiada.

2. Antes de transferir monte o esquema de toda propriedade, quem vai ser a segunda, a terceira área que irá receber as transferências e assim sucessivamente. Lembre-se não pode se utilizar a lógica do cobre um santo e descobre outro, e sim cobre agora, mas vai também receber cobertura ou aporte depois. A questão aqui é de tempo e de quantidade necessária. É improvável que uma área pequena consiga transferir insumo para atender a uma demanda de uma grande área em biomassa e em riqueza presente de minerais. Como também o tamanho dos cultivos, deve-se evitar que uma cultura de porte pequeno venha ser utilizada para atender a demanda única de biomassa de cultivos de porte bem maior, a não ser que haja complementação com mais biomassa vindas de outros setores.

3. Nesse planejamento também leve em conta a longevidade da cultura, por exemplo: hortaliças na sua maioria têm ciclo curto de vida, enquanto fruteiras são de ciclos mais longos, logo a biomassa que vai ser utilizada deve levar em consideração o tempo que esta passará em decomposição se vai atender a demanda imediata ou rápida da cultura em questão. Lembre-se que tem adubação onde a assimilação pelas plantas deve ser rápida, outras devem atender de forma mediana e algumas de assimilação lenta. Em alguns cultivos se faz necessário existir biomassa que atenda aos três tipos de assimilação ao mesmo tempo.

4. No planejamento do ano agrícola toda área deve doar e receber biomassa em algum momento do ano. Esta forma é a maneira de equilibrar equitativamente a quantidade de matéria orgânica em todo o sistema produtivo e não produtivo. 

5. Nem todas as transferências de fertilidade vão suprir integralmente as necessidades de todos os cultivos, necessitando de complementações e as vezes de enriquecimento da biomassa com determinados minerais que estão em pouca quantidade.

6. Para a manutenção da fertilidade nas áreas se faz necessário conhecer a capacidade de produção de biomassa de cada área. Na agricultura convencional a biomassa que mais interessa é o da colheita ou dos rendimentos. Para uma agricultura mais sustentável não basta apenas medir somente os rendimentos obtidos com as colheitas. Deve-se prestar atenção aos processos que possibilitam a produção. 

Numa perspectiva ecológica, a produtividade é um processo dos ecossistemas que envolve a captação de energia luminosa e sua transformação em biomassa (fotossíntese). É esta biomassa que apóia, em última instância, o processo de produção sustentável. Em um agroecossistema sustentável, portanto, a meta é otimizar o processo de produtividade, de forma a assegurar o máximo rendimento possível, sem gerar, com isso, degradação ambiental, em vez de lutar por rendimentos máximos a qualquer custo. Uma maneira de quantificar a produtividade é medir a quantidade de biomassa contida no produto colhido, com relação à quantidade total de biomassa viva presente no resto do sistema. Para um sistema de cultivo anual intensivo, o valor limite de sustentabilidade é aquele onde a quantidade de biomassa retornada ao sistema a cada estação deve ser igual à que é removida como produção. O que é o mesmo que dizer que metade da biomassa produzida durante a estação é colhida, e a outra metade deve retornar ao sistema.

Como vimos neste texto, existem possibilidades reais para que se possa ter um planejamento de fertilização para toda a propriedade. Entender o processo como um todo. Identificar as áreas produtoras de insumos ou biomassa e quantificar esta biomassa, sabendo distribuir de forma periódica, constante e equilibrada para todas as áreas, podermos ter mais tranqüilidade e sustentabilidade para a agricultura que esta mais preocupada em atender as necessidades locais e de pequena escala. É lógico que quando bem planejada poderá atender também as necessidades das médias e grandes propriedades rurais.

Este texto não tem pretensão de esgotar todas as possibilidades, logo devem existir muitas outras estratégias. A única preocupação é que estas estratégias sejam ambientalmente corretas e sustentáveis. Minimizando os insumos vindos de fora, mas ao mesmo tempo permitindo a entrada de alguns elementos que venha complementar às necessidades reais do sistema que se está trabalhando.

E jamais esqueça que quanto mais dependermos dos nossos recursos próprios e locais, maior a probabilidade de percebermos problemas e instituir comportamentos corretivos para lidar com eles. E evite atingir o potencial máximo do seu sistema, pois ao atingir o potencial máximo de uso, o rendimento máximo alcançado se mantém por pouco tempo.


24 de janeiro de 2014



4 comentários:

  1. Mais um texto magnífico! Tenho que ser mais assíduo na leitura de seu blog.
    Parabéns Grande Antonio

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  2. Roberto Mendes

    Conheci seu blog há pouco tempo e, como vivo em uma pequena propriedade rural, em Olinda, comecei a seguir alguns passos aprendidos aqui. Mais que isso, venho a cada texto descobrindo como o bom manejo dos recursos naturais é importante para garantir a perpetuação destes mesmos recursos. Sou jornalista e nunca tive um contato mais próximo com a terra. Mesmo vivendo em um sítio há pouco mais de três anos, minha relação com a natureza sempre foi contemplativa. Não é exagero dizer que minha percepção sobre a terra que vivo mudou bastante com algumas práticas aprendidas aqui. Hoje, mesmo em pequenas quantidades, já colho minhas próprias hortaliças, faço o reaproveitamento das águas cinzas e pretendo levar adiante diversos outros projetos para minha pequena área. Muito obrigado pelos ensinamentos. Kleber

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