Antônio Roberto Mendes Pereira
Uma das formas utilizadas pela ciência para detectar minuciosamente as possíveis causas dos mais variados problemas, ou situação que se encontra o meio pesquisado, quer sejam no âmbito macro, ou micro são os diagnósticos laboratoriais, ou uso da observação atenta e detalhada, com registros de acompanhamento.
Da mesma forma que existem análises de diagnósticos detalhados de parte do todo, como:
· Fertilidade de solo;
· Ph;
· Micro elementos;
· Microorganismos
· Condutividade de solo;
Sinto falta de um diagnóstico onde possamos analisar as propriedades buscando saber e entender em que nível de desenvolvimento agroecológico e permacultural se encontra o prédio, e toda sua estrutura produtiva. Quais critérios devem-se utilizar para que aconteça esta verificação? Que elementos precisarão observar para determinar os critérios desta análise? Por onde iniciar esta observação criteriosa?
Este texto pretende trazer idéias nas quais eu acredito que possam contribuir para construir este sistema de análise, que acho fundamental para identificar onde se precisa melhorar, onde precisa repensar o manejo que está sendo utilizado, e projetar as possíveis alternativas de operacionalização.
A ideia principal é contribuir com os diferentes estágios de entendimento, tanto de profissionais mais experientes como também de leigos para que se possa ao aplicar o diagnóstico verificar em que nível agroecológico esta a propriedade, trazendo orientações para fazer as mudanças necessárias? O que deve ser observado, medido, comparado e identificado para facilitar as tomada de decisões?
Com certeza estas idéias poderão contribuir também para ajudar no desenvolvimento da sustentabilidade da propriedade em questão ou em estudo. Namorar é pesquisar, é querer conhecer, é ter detalhes que possam ajudar na tomada de decisões. Logo precisamos aprender a namorar as propriedades, ser perspicaz. Para que um médico possa analisar o que estamos sentindo, e construir um diagnóstico são necessário muitas perguntas, muitos toques, apertos e análises, até chegar ao momento de sugerir, de prognosticar os encaminhamentos para a melhora, além da indicação de uso de determinadas substâncias. Como fazer isto com as propriedades?
Uma das primeiras ferramentas para a construção deste diagnóstico é a curiosidade. Ser curioso é querer conhecer, é uma atitude que ajuda qualquer pessoa a desenvolver-se e agir no espaço pretendido. E por incrível que pareça, já nascemos com o comportamento de ser curioso. Uma criança recém nascida assim que nasce e a mãe lhe dá o peito para mamar, percebendo que este liquido é gostoso, de sabor adocicado, e a partir de então tudo que ela pega leva imediatamente a boca pesquisando de forma natural se aquele objeto tem o mesmo sabor do peito e do leite. Curiosidade é ferramenta de produção de conhecimento. Ambas as imagens abaixo esta acontecendo produção de conhecimento.
O QUE DEVO OBSERVAR E ESTAR ATENTO NA ANÁLISE DA PROPRIEDADE
1. NÍVEL DE SATISFAÇÃO DAS PESSOAS – O nível de satisfação da família deve ser percebido. Pessoas felizes demonstram equilíbrios entre o ser, o ter e o fazer. As pessoas devem ter bastante participação para manter o sistema, além dos demais elementos. As pessoas são mais um no sistema, mesmo que a maioria das decisões passe por sua consciência, ele deve saber que não é só os humanos os responsáveis pelos resultados, pois quando se tem entendimentos ecológicos percebe-se que quem manda e decide não é um elemento e sim todo o conjunto que compõe este sistema. Ver pessoas satisfeitas com a produção, felizes com a paisagem e tendo quase todas suas necessidades atendidas pelo sistema deve ser condição geral para todos. Logo, o nível de satisfação das pessoas faz parte do sistema de análise da propriedade.
2. NÍVEL DE SEGURANÇA DE ÁGUA, ALIMENTO, ENERGIA E NUTRIENTES – Estas quatro seguranças devem ser observadas não unicamente pensando nas necessidades humanas, mas em todos os elementos vivos que compõe o sistema. Como exemplo: uma horta para que esteja na melhor forma de produção é necessário ter pelo menos duas das seguranças atendidas, a hídrica e a de nutrientes. Em outro caso, as galinhas precisam também ter no mínimo 03 das seguranças atendidas, hídrica, alimentar e energética. Em todas as propriedades que visito tenho sempre a preocupação de estar atento a esta demanda das seguranças. Sempre observo e pergunto em que nível está o nível das seguranças básicas para que qualquer agroecossistema possa se desenvolver e responder satisfatoriamente bem em produção de forma sustentável.
É um dos problemas que mais enfrento nas minhas consultorias nas propriedades rurais. Sempre encontro muitos elementos que suas necessidades não são atendidas, e ainda se exige deste que seja altamente produtivo. É um pé de acerola que não está produzindo e quando vamos ao detalhe nem a necessidade de água esta sendo atendida. A busca destas 04 seguranças nos remete ao não ter que comprar. É diminuir despesas a partir do que se tem ou que se pode captar, armazenar, e melhor distribuir, verificando as necessidades coletivas do sistema e individual de cada elemento vivo. Tente montar esquemas de resolução onde um elemento consiga atender parte da demanda de outro ou de outros elementos.
A segurança energética deixa sempre muitas dúvidas nas pessoas. O que queremos dizer com segurança energética? Por exemplo, em uma horta, a intenção é querer identificar a quantidade de energia que se vai utilizar para operacionalizar a horta em todas suas necessidades de manejo. É a tentativa de verificar se a quantidade de energia aplicada está sendo recuperada pela energia provinda dos alimentos que ora está sendo produzida. Neste caso a medida de energia que esta utilizando é a KCAL. Em outros exemplos ou casos pode usar outras medidas como Watts, CV, etc. A não identificação desta demanda energética para a produção de 01 Kcal, pode nos levar a trabalhar muito e produzir pouco.
3. IDENTIFICAR O NÍVEL DE DIVERSIDADE DOS ESPAÇOS QUER SEJA VEGETAL OU ANIMAL É outra medida de grande importância e que nos pode gerar muitas informações. Uma grande diversidade de elementos pode gerar várias seguranças, isto é, pode servir de fonte para que várias seguranças possam ter insumos de transformação. Muitas espécies vegetais podem tranquilamente ser a base para a produção de composto, para a geração de energia, como também para suprir as necessidades alimentares da família ou dos animais que fazem parte do agroecossistema.
A identificação, listagem e a soma destes elementos vivos que compõe o sistema são de fundamental importância. Diversidade por metro² é à medida que se quer ter como parâmetro de verificação permanente. Na minha experiência prática produtiva um bom número de diversidade por metro² é acima de 03 espécies. A correta identificação e descoberta das possíveis funções que estes elementos podem desempenhar no sistema nos remetem a uma grande possibilidade de sustentabilidade de toda a propriedade. Não esquecendo que cada elemento deve executar no mínimo duas funções.
4. NÍVEL DE CONEXÃO EXISTENTE ENTRE OS ELEMENTOS QUE COMPÕE O SISTEMA – A natureza não cria nada desconectado, solto, ela sempre vai aumentando permanentemente as conexões entre todos os elementos que estão compondo o sistema. Elementos vivos e não vivos fazem parte desta organização de ligações diretas e indiretas. Não existem limites para acontecer às conexões, não vai ser a cerca da propriedade que vai limitar estas conexões. Não existem barreiras para as conexões. Elementos que na nossa compreensão que não podem e nem devem ser combinados a natureza dá um jeito de conectá-los. As conexões na natureza não respeitam distâncias, podem acontecer ligações com quem está perto, ou com quem está a centenas de quilômetros de distância.
A rede de combinações que existe nos ecossistemas é incontável, um único elemento que é que retirado do sistema pelo homem mexe com uma infinidade de conexões e funções que aquele elemento estava desempenhando na totalidade do sistema. Para cada conexão que se cria, aumenta a quantidade de funções que aquele elemento vai contribuir para a estabilidade do sistema. Logo diante do exposto é muito importante se perceber o nível destas conexões nas propriedades agroecológicas. Quanto mais conexões forem sendo percebidas, mas o sistema é desenvolvido ou está em desenvolvimento. Muitas destas conexões podem ser criadas e estimuladas pelos seres humanos.
Não podemos esquecer que independentemente do nível agroecológico que se encontra a propriedade os níveis de conexões vão existir, vão estar presentes, porém nas propriedades que são dirigidas por princípios e práticas ecológicos a intensidade de ações são bem maiores e perceptíveis. A intenção está explicita e é aplicada nos mais variados espaços internamente. O planejamento para esta ocorrência foi premeditado e colocado em prática. O domínio desta intenção é observável até nas falas dos familiares que ali residem, existe certo empoderamento do princípio e da ação.
No primeiro momento da análise anote as conexões mais perceptíveis, que seu olho sem muito esforço intelectual consegue perceber, se estas mais simples são visíveis é porque depois destas as mais complexas estarão também acontecendo. Imagine que para cada conexão simples percebida podem ter dezenas e dezenas não percebíveis.
Lembrem-se quanto mais conexões mais sustentabilidade o agroecossistema terá. E quanto mais conexões existir mais adiantado estará o agroecossistema.
5. EQUILÍBRIO ENTRE O QUE SAI E O QUE ENTRA NO SISTEMA – Um fator preponderante em qualquer sistema montado pelo homem é estabelecer equilíbrios entre o que sai do sistema e o que entra, sem este o sistema está fadado a ser insustentável no tempo e na produção. Tudo que é produzido no conceito humano de produto agrícola utiliza insumos naturais do sistema onde ele está inserido.
Estes produtos depois que são colhidos e vendidos, irão esvaziando o sistema nos insumos que deles foram retirados para a sua composição, logo se faz necessário conhecer estes parâmetros de como se estabelece esta relação. O que volta depois que sai, esta é a questão que precisa ser analisada, percebida nesta análise dos agroecossistemas. O diferencial é verificar para encontrar soluções. Em vários casos alguns produtores não percebem estas perdas através das saídas das colheitas, é tão normal, ou melhor, dizendo cultural que esta percepção não acontece, é desconhecida. Com esta análise com certeza esta descoberta pode trazer preocupações para encontrar saídas para a resolução do problema detectado.
Estas entradas e saídas também passam pela quantidade de substâncias antinatural que entra na propriedade através das compras, como é o caso de embalagens plásticas, e de substâncias químicas que são utilizadas para limpezas de ambientes, medicamentos, entre outros. Se esta substância permanece no sistema com certeza iremos ter problemas para conectá-los com os demais componentes. É claro que alguns podem ser reutilizados no sistema mais com muita parcimônia e critérios.
Viajando pelas comunidades rurais percebo uma grande quantidade de sacolas plásticas que são jogadas no entorno da casa, que além de poluir, cria uma paisagem horrível como também gerando risco para a saúde dos animais. Esta analise também deve compor o sistema que ora está se propondo montar para observar.
6. CADA FUNÇÃO IMPORTANTE SENDO DESEMPENHADA POR VÁRIOS ELEMENTOS – Toda função importante deve ter vários elementos que assumam a sua execução, é uma estratégia que a natureza utiliza para que aquela função não deixe de acontecer caso um dos elementos do sistema responsável por aquela função deixe de existir. O elemento água em qualquer sistema é de fundamental importância, logo a função de captar, armazenar e distribuir precisa ser exercida por vários elementos, garantindo a presença deste liquido tão precioso para gerar e manter a vida. Como percebemos identificar as principais fontes de vida do sistema e fazer com que vários elementos possam contribuir na manutenção do mesmo, através da geração, captação, armazenamento e distribuição é a intenção desta análise.
7. APROVEITAMENTO AO MÁXIMO DAS ENERGIAS DE FORA DA PROPRIEDADE – Para diminuir os gastos com o uso de energias pagas, se faz necessário que as propriedades que estão se desenvolvendo a partir dos princípios agroecológicos deve aproveitar ao máximo todas as fontes de energias possíveis, quer seja gerada internamente ou vinda externamente à propriedade. Além dos limites das propriedades existe uma grande variedade de energias que podem e devem ser utilizadas. Logo, a observação do uso destas é um objeto de observação deste sistema de diagnóstico ou análise. Observe se o vento, o sol, a chuva estão sendo bem aproveitados pela propriedade?
8. INDICADORES BIOLÓGICOS – Vários seres vegetais e animais podem ser indicadores de ambientes regenerados, equilibrados ou até com profundos desequilíbrios. Portanto, a presença ou a ausência são indicadores ambientais. Animais como pequenas rãs, borboletas, líquens podem ser representantes destes indicadores. Não é só a presença mais a densidade destes representantes trazem muitas informações sobre o ambiente.
Qualquer alteração no ambiente provoca o desaparecimento ou que se tornem raras de se encontrar. Uma única presença de algum produto químico pode criar transtornos nos ambientes provocando a alteração na densidade destes indicadores biológicos.
9. SAÚDE EM TODO SISTEMA – A presença de doença, desequilíbrios, poluição são todos estados de insustentabilidade causada por algum fator. Os animais são sempre os primeiros a demonstrarem problemas de saúde, principalmente porque eles na sua maioria são criados presos, sem liberdade de escolha para nada. Desde os alimentos, instalações, qualidade da água, são todas necessidades que eles não têm o poder de escolha. Logo, a sensibilidade para demonstrar problemas é bem maior que os demais seres.
Com as plantas também não é muito diferente, são plantadas na sua maioria, não escolhem onde nascer e se desenvolver, como resultado o poder de sensibilidade ao meio é bem maior. O ser humano é um dos únicos que tem o poder de escolha pelo menos de algumas necessidades. Como toda natureza está conectada a tudo, quaisquer uns dos elementos que adoece os sintomas e as causas devem estar dentro do sistema. A identificação de elementos doentes faz parte deste sistema de analise da propriedade.
Da mesma forma acontece com a poluição, quando se percebe sua presença ela nos indica presença de elemento desconectado no agroecossistema, pois normalmente em um ecossistema natural o resíduo de um elemento deve ser recurso para outro, não havendo sobras e muito menos desperdícios sem utilidade e uso.
Em um sistema sadio não deve haver presença de lixo, de produção de esgoto e de desperdícios de energia, todos estes elementos devem servir de insumos para o sistema. Lembrem-se, todas as necessidades dos elementos que compõe o sistema devem ser atendidas pelo próprio sistema, criando os ciclos, porém sempre permitindo a inclusão de novos elementos neste mesmo ciclo.
A permeabilidade de entrada e saída deve ser regra do sistema, porém sempre permitindo novos equilíbrios dinâmicos e não estáticos, pois equilíbrio parado, inerte só se consegue, quando o elemento está morto, não fazendo parte mais da entropia ou sintropia do sistema.
10. ATIVIDADES PERCEPTÍVEIS EM TODAS AS ESTAÇÕES DO ANO – Conhecer as potencialidades de cada estação e de cada momento é de fundamental importância para distribuir de forma natural as potencialidades de cada fase, não permitindo defluxo de produção em certos momentos. É conhecer para se ter as seguranças necessárias. No caso do nordeste do Brasil o período de maior defluxo de produção é no verão época onde o uso da água deve ser repensado e reutilizado várias vezes.
Conhecer estes momentos nos remete a planejamento, a montar estratégias para estes períodos críticos ou de pouca fartura. Logo, uma propriedade com características agroecologicas deve respeitar estes momentos fenomenológicos, porém tendo estratégias ou alternativas para manter a vida do agroecossistema da melhor forma possível.
11. A PREOCUPAÇÃO DA CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DAS ESPECIES NATIVAS – Toda propriedade deve ter uma ZONA 5 considerando os princípios de zoneamento da permacultura. Esta Zona 05 é o espaço reservado e intocado da propriedade, é a reserva natural da propriedade. É lá que podemos ver e buscar entender o espaço natural daquele bioma. Para muitos é como se fosse o sistema educacional da propriedade responsável para ensinar mostrando para os demais espaços ou Zonas, como se deve fazer ou imitar. É área de aprendizagem permanente onde todos aprendem e só ela ensina.
Estes espaços devem existir para que toda fauna e flora nativa possam ser preservadas e multiplicadas caso seja necessário. É o banco genético da propriedade, onde todas as espécies daquela região podem se sentir, protegidas e perpetuadas, é uma Zona de conforto e tranquilidade.
12. NÍVEL DE MISTURA POR M² EM CADA ZONA DE INTERVENÇÃO – Ter a propriedade diversificada ainda é pouco quando estamos tentando imitar a natureza, é preciso ter diversificação no menor espaço possível. Quantas misturas podem fazer em um metro quadrado de solo? A diversificação na natureza não tem limite de tamanho de área, ela sempre consegue incluir mais uma espécie quer seja animal ou vegetal, por menor que seja a área.
Esta é a lógica procurada durante a análise “Qual a diversidade em um metro² de área cultivada que esta se fazendo”. A lógica a ser seguida deve ser: Não ver o solo, que ele esteja coberto o tempo inteiro e que esta cobertura pode ser feita ou com plantas vivas ou com cobertura morta.
A mistura de plantas por metro² com longevidades diferentes remete esta junção a um empilhamento de tempo, isto é, nem todas as plantas que se encontram neste metro² têm a mesma longevidade de vida, umas são colhidas primeiras, depois deve vir outra e assim sucessivamente, mas a lógica deve permanecer “solo sempre sem se vê” protegido, escondido, um ser sagrado. Até no sertão nordestino a natureza mesmo com climas adversos encontrou uma estratégia de ter o solo sempre escondido. No inverno a uma explosão de plantas por m², tornando às vezes o espaço impenetrável e no verão para que o solo permaneça coberto já que o verde não suporta a baixa umidade, as plantas solta todas suas folhas, cobrindo e protegendo o solo durante todo este período, voltando a se cobrir de verde novamente somente no próximo inverno ou estações das águas.
13. USO DOS RECURSOS BIOLÓGICOS – Os recursos biológicos devem ser vistos como parceiros na manutenção de todo o sistema. Nos espaços naturais eles já são, mas normalmente nos espaços cultivados muitos são vistos como problema, intrusos. O homem na maioria dos casos prefere ter como parceiro as máquinas e uma infinidade de outros insumos tecnológicos do que utilizar outras formas naturais para o controle, manutenção e ou até eliminação.
O uso de fertilizantes químicos, agrotóxicos, capinadeiras entre outros são alguns exemplares dos parceiros preferidos. Em uma propriedade Permacultural estes insumos tecnológicos na sua maioria são negligenciados, e não tolerados. A busca de controladores naturais é uma constante para a manutenção do sistema. Na Permacultura se diz “Uma propriedade quando está dando muito trabalho para se manter, é porque foi mal projetada”. Logo, é preciso repensar o design e organização da área, da Zona ou de todo sistema predial. E para minimizar o uso destes insumos antinaturais deve-se identificar e utilizar toda esta força biológica que muitos parceiros naturais possuem, para nos ajudar a manter o sistema cultivado.
Minhocas, galinhas, porcos, muitas espécies de plantas todos e muitos outros são e devem ser nossos parceiros permanentes diminuindo todo nosso esforço energético para a manutenção do que se pretende cultivar.
Serviços naturais que podem ser prestados
14. NÍVEL DE INTRODUÇÃO DE NOVOS EXEMPLARES NO SISTEMA – O que existe de espécie nova em introdução ou em adequação no agroecossistema? Toda propriedade precisa aumentar a quantidade de vida diversa no seu sistema. Claro que estas introduções devem seguir a lógica de utilizar plantas adequadas às características naturais de cada área, e não querendo impor determinadas espécies muito exóticas ao meio. Em cada área de cultivo e a cada cultivo a intenção deve ser: Montar uma comunidade de plantas onde todas interajam umas com as outras. Aumentando a produção por metro² de área cultivada.
A ESCALA DE CLASSIFICAÇÃO PARA AS OBSERVAÇÕES
Prepare seu questionário de forma a facilitar todas estas observações ou até algumas a mais que você acha conveniente e pertinente utilizar nas propriedades que vão ser analisadas.
Quanto à classificação do estado que se encontra a unidade predial vai depender de critérios muito particulares e pessoais.
Nível ótimo ( ) Nível bom ( ) Nível regular ( ) Nível ruim ( )
Os critérios devem ser norteados pelo grau de conhecimento que o pesquisador tem sobre o tema e sua capacidade de explicação e convencimento da família para as mudanças necessárias na unidade produtiva. Os níveis de conhecimentos sobre as práticas agroecológicas e Permaculturais vão determinar o processo de observação. Quanto mais conhecimento se tem mais exigente vai ser a observação dos critérios que norteiam o design da unidade produtiva.
Quanto mais exigente for à análise, mais conhecimento vai exigir de quem analisa. Mas, concomitantemente também o mesmo observador terá que ter uma didática fantástica para explicar o objeto de observação, além de sugestões que pode ajudar na transformação do espaço do beneficiário que estar sendo atendido. Não basta mostrar, tem que ensinar as novas formas, os princípios que irão nortear de agora em diante toda a unidade produtiva familiar.
Todo este esforço de conhecer mais é para permitir, facilitar que a natureza possa agir da melhor forma possível. Que nós possamos entender o potencial do fazer bem que a natureza tem para nos oferecer sem custos, sem exigir nada em troca, ela só quer continuar fazendo o que ela já vem fazendo a milhares e milhares de anos, conectar e equilibrar as necessidades de todos os espaços.
Boa observação e grandes aprendizagens.
30 de setembro de 2011
Muito bom, amigo. A partilhar...
ResponderExcluir